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quarta-feira, 14 de abril de 2010

O conceito de deficiência intelectual

Ao longo da história uma das discussões mais instigantes no campo da educação especial, refere-se à conceituação, caracterização e classificação da deficiência intelectual, que passou por diversas definições e terminologias em razão da dificuldade teórica relacionada à cognição humana. Assim, convivem atualmente definições com base em referenciais teóricos e perspectivas de análises diferentes.

As expressões referentes à pessoa com deficiente intelectual ao longo do tempo foram se modificando, recebendo caracterizações diferentes nos círculos acadêmicos como: oligofrênia, cretina, tonta, imbecil, idiota, débil profunda, criança subnormal, criança mentalmente anormal, mongolóide, excepcional, treinável, deficiente mental em nível leve, moderado, severo ou profundo (nível estabelecido pela Organização Mundial de Saúde, 1968), etc. (SASSAKI, 2005, p.9).

As explicações sobre essas mudanças são variadas e muitas vezes, conflituosas. Para a teoria positivista a deficiência intelectual é caracterizada como patologia, segundo esta concepção, a normalidade é estabelecida por uma média e vincula-se à saúde e a anormalidade, à doença: o que determina a qualidade do fenômeno, em relação à sua normalidade ou patologia, é a sua freqüência (BUENO, 2004, p.58).

Nessa análise Skirtic (1996) diz que existem dois modelos teóricos, o modelo patológico, originado na medicina, e o modelo estatístico, fruto da psicologia:


O modelo patológico define a anormalidade como a presença de sintomas patológicos detectáveis, o modelo estatístico define a anormalidade de segundo a amplitude com que um indivíduo se distancia da média de uma população com respeito a um atributo real. (SKRTIC, 1996, p.39).

Foi com base nesses dois modelos que construíram-se definições, caracterizações e classificações de deficiência intelectual.

A evolução científica do conceito da deficiência intelectual, segundo Almeida (2004), em artigo publicado a esse respeito, data de 1908 (Tredgold) a primeira definição, e, na seqüência: Tredgold (1937), Doll (1941), Rick Herber (1959 e 1961), Grossman (1973, 1977, 1983), Ruth Luckasson et. Al (1992 e2002), sendo esta última resultante de um estudo avaliativo do sistema proposto em 1992, decorrendo na elaboração do conceito de 2002.

Durante o período que abrange a primeira definição, 1908 a 1983, a tendência estava na incurabilidade e manutenção do estado da deficiência intelectual, bem como na avaliação da habilidade adaptativa, tendo-se como primordial o julgamento clínico da deficiência intelectual, que enfatizava o grau de retardo mental (leve, moderado, severo, profundo).

A definição de 1992 (LUCKASSON, et al, 1992, apud Almeida, 2004, p. 37) “(...) sinalizava mudanças em relação às definições anteriores”. Era de natureza muito mais funcional e enfatizava a interação entre três grandes dimensões: “capacidade da pessoa, ambiente onde a pessoa funcionava e a necessidade de vários níveis de suporte”.

Em 2002 esse conceito foi renovado, trazendo outras conquistas à pessoa com deficiência intelectual, tendo-se como maior ganho uma “atenção maior às necessidades do indivíduo e não aos graus de deficiência que a pessoa representa.” (Almeida, 2004, p. 47). Em suma, a funcionalidade e os níveis de suporte não poderiam ser ignorados no momento da decisão de encaminhar ou não pessoas com deficiência intelectual para serviços especializados
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Atualmente a conceituação amplamente aceita e que inclui os aspectos mais importantes da deficiência intelectual, foi elaborada pela AAMD (Associação Americana de Deficiência Mental) que vigora como principio orientador das organizações internacionais e da maioria dos trabalhos mais importantes nessa área.

Segundo a AAMD e DSM-IV(Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais) Deficiência Intelectual é o estado de redução notável do funcionamento intelectual significativamente inferior à média, que dá lugar a deficiências no comportamento adaptativo e que tem origem no período de desenvolvimento, associado à limitação de pelo menos dois aspectos do funcionamento adaptativo ou da capacidade do indivíduo em responder adequadamente às demandas da sociedade em comunicação, cuidados pessoais, competências domésticas, habilidades sociais, utilização dos recursos comunitários, autonomia, saúde e segurança, aptidões escolares, lazer e trabalho.

O conceito em pauta atribui importância relativa aos fatores causais e também e apreciações prognosticas da deficiência intelectual. No que se refere à etiologia esta é, freqüentemente, de difícil determinação. São inúmeras as causas e os fatores de risco que podem levar à instalação da deficiência intelectual (causas pré-natais, tais como alterações genéticas e malformações cerebrais, causa Peri natais, anóxia, prematuridade, infecções e causas pós natais, tais como infecções do sistema nervoso central, traumas cranianos, subnutrição, entre outros). É importante ressaltar, entretanto, que muitas vezes, mesmo utilizando sofisticados recursos diagnósticos, não se chega a definir com clareza a causa da deficiência intelectual.

A AAMR Afirma não utilizar mais a subdivisão terminológica de deficiência intelectual leve, moderada, grave e profunda para designar os graus de deficiência e consideram também que a conceituação da deficiência intelectual não pode se basear somente pelos resultados dos testes de inteligência, expressos por meio do quociente de inteligência (QI). De acordo com essa associação para a caracterização da deficiência intelectual deve-se levar em consideração alem do QI, as dificuldades de comportamento adaptativo dos sujeitos, considerando um individuo deficiente intelectual se essas características ocorrerem durante o período de desenvolvimento, isto é, antes dos 18 anos.

Sendo assim, a deficiência intelectual não se esgota na condição orgânica e/ou cognitiva e nem pode ser definida por um único saber. Ela é uma interrogação e objeto de investigação de inúmeras áreas do conhecimento.

Rosa Lopes. Bjs!!!!!!!!!!!!!!!!!

Um comentário:

  1. Olá gostaria se possível vc postar a referncia desta postagem sobre o conceito da deficiencia!!
    Grata..

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