Este espaço é destinado a todas as pessoas interessadas em divulgar trocar experiências sobre educação, psicopedagogia e inclusão, para que juntos possamos romper as barreiras da exclusão e desigualdade humana. Sabendo que somos iguais com toda nossa diversidade.

"Não é no silêncio que os homens se fazem, mas na palavra, no trabalho, na ação-reflexão" (Paulo Freire)
















Sobre nós!!

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Profissionais dedicadas e apaixonadas pelo que fazemos. Rosa:Graduada em pedagogia pela Universidade Federal do Amapá com especialização em Educação Especial e Inclusão Socio Educacionalpela Faculdade Santa Fé (MA) Rejane: Professora,Pedagoga pela Universidade Federal do Amapá(AP). Psicopedagoga clinica e Institucional-faculdade Santa Fé (MA)Especialização na educação de alunos com deficiência visual IBC (RJ) em Educação Especial e Inclusão social faculdade Santa Fé (MA). Estamos a disposição para consultoria,palestras, cursos e oficinas com foco em Educação Especial.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

RELATÓRIO DESCRITIVO



ESCOLA

ALUNO (A):

PROFESSOR (A):

1ºAspectos relacionados ao emocional-afeto:

Percebo que é uma menina alegre e carinhosa com bom potencial para aprender, atende muito bem às ordens e aos limites estabelecidos, gosta de participar em atividades de grupo......

2ºFormação de Hábitos e Atitudes:

Demonstra bons hábitos de higiene,porém percebo que a mesma distrai-se facilmente com conversas paralelas, dificultando sua atenção e concentração para a realização nas atividades propostas....

3ºAspectos relacionados ao social:

Percebe-se que tem bom relacionamento com os colegas de turma e professores, gosta de ajudar isso facilita a comunicação em atividades de grupo....

4ºAspectos Psicomotores:

Demonstra boa coordenação motora fina traça corretamente as letras e números, utilizaatesouracorretamenteaorealizaratividadesderecorteecolagem.

5ºAspectos relacionados à aprendizagem:

Neste trimestre percebi que a aluna avançou na leitura, porém precisa exercitar a escrita para melhorar a organização de idéias e conteúdos que estão sen do trabalhadas.

6ºAspectos relacionados ao acompanhamento familiar:

Espero que a família acompanhe a aluna com relação à realização dos deveres de casa, pois várias vezes estão sendo esquecidos,dificultando assim seu desempenho e participação em sala de aula.

ASSINATURA DOS RESPONSAVEIS

ASSINATURA DO PROFESSOR

Lembre-se amados são meras sugestões cada ser é único então cada criança terá relatório de desempenho diferentes.Deus com sua infinita sabedorias nos fez cada um com nossas diferenças, defeitos e virtudes o que devemos fazer é respeitar. Espero que aproveite bjks Rejane Santos

O Processo de Inclusão de Pessoas com Paralisia Cerebral


Quando realmente abraçamos a causa “inclusão”, percebemos que é necessário mudar a sociedade, em que o deficiente vive e não o próprio deficiente, para que assim ele possa se desenvolver como cidadão.
Para entendermos melhor o que é Paralisia Cerebral, buscamos tornar claro sua definição, que segundo Hagberg e Col (citado por ALMEIDA, 2009), é “(...) definida por um prejuízo permanente do movimento ou da postura que resulta de uma desordem encefálica não progressiva. Esta desordem pode ser causada por fatores hereditários ou eventos ocorridos durante a gravidez, parto, período neonatal ou durante os dois primeiros anos de vida.”.
Segundo a Associação de Paralisia Cerebral do Brasil (APCB, 2009) as principais causas da paralisia cerebral são divididas em três formas:
-Antes do nascimento: quando ocorre ameaça de aborto, choque direto no abdômen da mãe, exposição ao raio X nos primeiros meses de gravidez, incompatibilidade entre Rh da mãe e do pai, infecções contraídas pela mãe durante a gravidez, mãe portadora de diabetes ou com toxemia de gravidez, pressão alta da gestante.
-Durante o parto: na falta de oxigênio ao nascer (o bebê demora a respirar, lesando parte(s) do cérebro), lesão causada por partos difíceis, principalmente os dos fetos muito grandes de mães pequenas ou muito jovens, trabalho de parto demorado, mau uso do Fórceps, manobras obstétricas violentas, os bebês que nascem prematuramente tem mais chances de apresentar paralisia cerebral.
-Depois do nascimento: na presença de febre prolongada e muito alta, desidratação com perda significativa de líquidos, infecções cerebrais causadas por meningite ou encefalite, ferimento ou traumatismo na cabeça, falta de oxigênio por afogamento, envenenamento por gás, por chumbo (contidos em esmalte cerâmico, nos pesticidas agrícolas ou outros venenos), sarampo, traumatismo crânio-encefálico até os três anos de idade. Sabe-se que a Paralisia Cerebral:
“(...) atinge diversas regiões do cérebro. Dependendo de onde ocorre a lesão e da quantidade de células atingidas, diferentes partes do corpo podem ser afetadas, alterando o tônus muscular, a postura e provocando dificuldades funcionais nos movimentos. Pode gerar movimentos involuntários, alterações do equilíbrio, do caminhar, da fala, da visão, da audição, da expressão facial. Em casos mais graves pode haver comprometimento mental.” ( DEFNET, 2009)
De acordo com Kok (citado por SILVA, 2007) é necessário conhecer que “uma lesão no sistema nervoso central pode afetar a parte motora ou mental da pessoa e quando esta lesão só atinge a parte motora, denomina-se paralisia cerebral” diferenciando a deficiência intelectual da paralisia cerebral, porém ambas as lesões podem ocorrer, assim como mencionado por Leite, “Todas as formas de paralisia cerebral podem ter problemas associados, incluindo retardo mental (em mais de 50% dos pacientes), um desalinhamento dos olhos chamado estrabismo (50%), epilepsia ou ataques epiléticos (30%), e desordens visuais ou auditivas (20%).” sendo que existem quatro tipos básicos de paralisia cerebral, consideradas como: a Paralisia Cerebral Espástica, Paralisia Cerebral Discinética ou Atetóide, Paralisia Cerebral Atáxica e Paralisia Cerebral Mista.
A Paralisia Cerebral Espástica “é o tipo mais comum de paralisia cerebral (aproximadamente 50%) na qual os membros afetados são espásticos, ou seja, significa que os músculos são duros e resistem ao serem esticados. Os braços e as pernas também tem ‘reflexos tendinosos profundos’ reativos (contrações musculares involuntárias em resposta a um estímulo).”( LEITE, 2009)
A Paralisia Cerebral Discinética ou Atetóide é a “forma menos comum (aproximadamente 20%) (...)” que é “caracterizada por movimentos involuntários da face, tronco e membro que freqüentemente interferem com a fala e a alimentação.” (LEITE, 2009).
A Paralisia Cerebral Atáxica “é incomum e normalmente envolve uma lesão do cérebro na parte responsável pela coordenação (chamada de cerebelo).” (LEITE, 2009).
A paralisia Cerebral Mista é “uma combinação de sintomas de pelo menos dois dos subtipos anteriores.” (LEITE, 2009).
Em alguns casos a paralisia cerebral pode ser prevenida através de campanhas educativas conscientizando os futuros pais, antes de engravidar, sobre os diversos exames médicos a serem realizados evitando assim a possibilidade de problemas hereditários e a incompatibilidade sanguínea.
De acordo com as pessoas com necessidades especiais recebidas em escolas regulares, as atitudes de aceitação representam um importante fator para o seu sucesso ou fracasso na escola inclusiva. Assim como o mencionado por Lobo (2008), “(...) a inclusão na escola de uma pessoa com estas necessidades educacionais especiais não é tarefa fácil nem para a escola nem para a própria família, pelo receio que seu filho não seja compreendido (...)”, e, portanto cabe a nós, deixar de lado os preconceitos e formar pessoas que compreendam que as diferenças servem para enriquecer a aprendizagem.
Devemos nos conscientizar que com essa mudança de valores eliminaremos muitas barreiras sendo assim possível a realização do processo ensino-aprendizagem, sabendo que “Ao refletir sobre a inclusão de crianças portadoras de necessidades educativas especiais no ensino regular, é possível reconhecer a importância e a responsabilidade da escola em poder atender a esses indivíduos em sua totalidade.” (HOFFMANN, 2009).
Porém muitos profissionais da educação desconhecem as leis sobre o:
“(...) direito de toda criança à educação, consignado pela Declaração Universal dos Direitos Humanos (UNITED NATIONS, 1948), foi reiterado pela Declaração Mundial sobre Educação para Todos (UNESCO, 1990). Mais recentemente, com a Declaração Mundial de Salamanca (UNESCO, 1994), este direito também foi assegurado para um segmento escolar que, até então, era pouco considerado: trata-se dos alunos portadores de necessidades educacionais especiais (PNEE). No Brasil, um passo importante para assegurar o direito à educação sem exclusão para os PNEE se deu com a promulgação da lei n.º 9394/96 - Nova Lei de Diretrizes e Bases Nacional (LDB) (BRASIL, 1996). Em seu Artigo 4.º, a LDB determina que deve haver "atendimento educacional especializado gratuito aos educandos com necessidades especiais, preferencialmente na rede regular de ensino", e, no seu Artigo 58.º, estabelece, também, que educação especial é "a modalidade de educação escolar, oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos portadores de necessidades especiais". (ABPEE, 2006)
Segundo Gomes (2006), a “Dissonância entre as dimensões afetiva, cognitiva e denotativa das atitudes dos professores foi constatada, a discordância e a dissonância evidenciado podem representar barreiras quanto à inclusão escolar de portadores de paralisia cerebral” aumentando assim a dificuldade do professor em relação à inclusão escolar, que assim como mencionado por Hoffmann (2009), já encontra em seu princípio o “(...) desafio de desenvolver uma pedagogia centrada no educando, uma pedagogia capaz de educar com êxito todos os seus educandos, incluindo aqueles com deficiências e desvantagens severas.”.
È de nosso conhecimento que a inclusão necessita ainda de muitas mudanças para ser o que diz na lei, e que precisamos preparar nossos professores para que além de serem profissionais, sejam também conscientes, pois estão trabalhando com seres humanos que precisam de amor e carinho como todos para conseguirem ultrapassar seus obstáculos com dignidade. Contudo os profissionais ainda não possuem o conhecimento, a formação e o apoio adequado para essa inclusão, pois seriam necessários novos sistemas de aulas e materiais, para obter bons resultados.
Conforme o mencionado em Paralisia Cerebral: Mito e Realidade um bom exemplo de luta, dignidade e perseverança que nos descreve Sueli Harumi Satow (SILVA, 2007):
“(...) comunicadora e filósofa Suely Harumi Satow, 54 anos, com mestrado e doutorado em Psicologia Social, pela PUC de São Paulo. Apesar da titulação, ela destaca que, em geral, os atendentes de lojas e médicos a tratam como se tivesse deficiência intelectual.
Ela atribui seu desenvolvimento ao apoio da família. Seus pais a incentivavam sempre, mesmo nas situações mais difíceis. "Na escola também havia um outro extremo, na classe me consideravam a aluna exemplar por causa das seqüelas, mas na hora do lanche eu ficava com as excluídas (a mais gorda, a mais feia, etc.). Estas circunstâncias levaram-me a um desequilíbrio psíquico muito forte, que quase me colocaram em um hospício", afirma.
Suely gostaria que a sociedade a tratasse como as outras pessoas, vendo-a como ser humano, apesar das diferenças, e não como um ser incapaz com necessidade de tutela. ‘A sociedade deveria rever sua hipocrisia, fingindo que não é preconceituosa, e olhar profundamente para ela mesma, os indivíduos que a compõem, e se conhecer melhor. Talvez, agindo assim, as diferenças diminuiriam gradativamente’(...)”.
Segundo Leite (2009) “A brincadeira ao ar livre é de grande importância para a criança com mobilidade reduzida, pois além de ser uma forma de lazer, ela também contribui para a sua reabilitação.”, ou seja, “(...) a criança tem oportunidade de crescer muito mais saudável e de se integrar na sociedade.” tendo incluído em seu “(...) universo seus limites, desafios e outras crianças.”. Com esse objetivo existe o projeto de Utilização de brinquedos para inclusão de crianças com paralisia cerebral: desenvolvimento de um balanço ergonômico que ajuda para uma melhor qualidade de vida do portador de paralisia cerebral e de sua família, proporcionando um processo efetivo de inclusão social participativa e consciente. Este projeto visa a construção de brinquedos ergonômicos (brinquedos adaptados a todos os possíveis usuários) como forma de inclusão a sociedade, onde devemos lembrar que mesmo existindo diferenças entre as pessoas, todos precisam de oportunidades para um desenvolvimento “pleno” de suas potencialidades.
Para Hoffmann o sucesso de inclusão gera alguns benefícios, onde os estudantes com deficiência:
“(...) desenvolvem a apreciação pela diversidade individual; adquirem experiência direta com a variação natural das capacidades humanas; demonstram crescente responsabilidade e melhorada aprendizagem através do ensino entre os alunos; estão melhor preparados para a vida adulta em uma sociedade diversificada através da educação em salas de aula diversificada através da educação especial; podem participar como aprendizes sob condições instrucionais diversificadas”
Mas, para Fischer (citado por HOFFMAN, 2009), infelizmente é notório que “(...) não só falta preparo profissional, mas também informação quanto à paralisia cerebral.” sendo que “A grande maioria dos professores sequer conhece ou teve contato com um PPC”, sendo considerado por “tratar-se de uma população com padrões e características corporais atípicas e bastante salientadas, requer, necessariamente, uma preparação diferenciada do educador para lidar com estes alunos.”.
De acordo com Kok (citado por SILVA, 2007) um importante fator a ser comentado é que existe uma diferenciação entre paralisia cerebral de deficiência intelectual, onde o primeiro é ocasionado por uma lesão que atinge a parte motora e o segundo a lesão atinge a parte mental, onde é acrescentado por Leite (2009) que todas as formas de paralisia cerebral podem ter problemas associados.
Segundo Lobo, a inclusão é um desafio complexo, não só para os educadores, como para os próprios portadores de necessidades educativas especiais e também para suas famílias, pois para todos incluir é conviver com o estranho, ou seja, com o novo, com o diferente.
Os estudos nos mostram que existe uma grande procura por melhorias a favor das pessoas com necessidades especiais, o que favorece bastante em questão, o crescimento de pesquisas e investimentos, favorecendo a inclusão dos mesmos, e como mencionados por Hoffmann (2009), a carência de profissionais especializados torna-se um dos maiores desafios a ser enfrentado.

Conclusão
Tendo como ponto de vista a inclusão de pessoas com Paralisia Cerebral, nota-se que existem várias pesquisas direcionadas ao tema, porém criar “mecanismos” para realização deste objetivo vai de conhecimentos teóricos, pois cada pesquisador busca métodos de inclusão seguindo seu próprio ponto de vista, mas pouco se sabe sobre a interação dos mesmos com as pessoas com necessidades especiais. Não se pode negar que essas pesquisas são de grande importância para o desenvolvimento sobre o tema, possibilitando novas perspectivas.
Devemos mostrar que o nosso papel de pedagogos é criar e buscar métodos diferenciados, ensinando e aprendendo a cada dia com o diferente, capacitando as pessoas com necessidades educativas especiais, fazendo com que ela viva intensamente todos os momentos, e seja um cidadão por inteiro.
“(...) só será possível se o educador tiver o espírito da busca: busca de conhecimentos com o objetivo de criar, recriar, planejar, replanejar, descobrir, experimentar, provar e ensinar. Não apenas seguir receitas, mas modificá-las e adaptá-las de acordo com a sua realidade. Mudar sua práxis tantas vezes quantas forem necessárias, sempre almejando o melhor para o grupo. Acreditar no que faz e, principalmente, acreditar no potencial dos seus educandos.” (HOFFMANN).
Chegamos a um consenso que as pesquisas e o desenvolvimento de novos métodos para a inclusão de pessoas com dificuldades especiais terão grande influência em nossa sociedade, já que cada vez mais está sendo comentado entre as pessoas, mas que a divulgação e a luta para que haja um progresso é de nossa responsabilidade, pois nossa formação nos facilitará a lidar com esse contexto, ou seja, temos novos conhecimentos e iremos divulgá-los enquanto educadores e cidadãos.

REFERÊNCIAS:
ABPEE, Associação Brasileira de Pesquisadores em Educação Especial. Inclusão escolar do portador de paralisia cerebral: atitudes de professores do ensino fundamental. Rev. Brás. educ. espec. vol.12 no.1 Marília Jan./Apr. 2006. Disponível na internet via WWW URL: Capturado em 01/02/2009 ás 23h: 50 min.
ALMEIDA, Fabiana Breviglieri. O que é paralisia cerebral. Disponível na internet via WWW URL: Capturado em 26/01/2009 ás 15h: 12 min.
BRASIL, A.P.C. B Associação de Paralisia Cerebral do. Paralisia Cerebral. Disponível na internet via WWW URL: Capturado em 29/01/2009 ás 19h: 35 min.
CAMINHAR, Projeto. Uma idéia e uma filosofia na práxis cotidiana. Associação das Famílias, Pessoas e Portadores de Paralisia Cerebral. Franca/SP. Gestão 2001/2002. Data da Fundação: 07 de abril de 1997. Disponível na internet via WWW URL: Capturado na internet 28/01/2009 ás 14h: 20 min.
DEFNET, Corde Si e site ENTREAMIGOS. Paralisia Cerebral. Disponível na internet via WWW URL: Capturado em 30/01/2009 18h: 42 min.
HOFFMANN, Ruth Anklam, TAFNER, Malcon Anderson, FISCHER Julianne. Paralisia Cerebral e Aprendizagem: Um Estudo de Caso Inserido no Ensino Regular. Instituto Catarinense de Pós-Graduação Psicopedagogia. Disponível na internet via WWW URL: Capturado em 30/01/ 2009 ás 15h03min. www.icpg.com.br/hp/revista/download.exec.php?rpa_chave=345f0d5f438f84aade71 - Capturado em 01/02/2009 ás 22h: 12 min.
LEITE, Mário César Prudente. Utilização de brinquedos para inclusão de crianças com paralisia cerebral: desenvolvimento de um Balanço Ergonômico. Departamento de Informática Médica – Hospital Policlin. Disponível na internet via WWW URL: e Capturado em 30/01/ 2009 ás 15h18min.
LOBO, Édila Marta Miranda. Paralisia Cerebral e Inclusão. Comentário sobre um dos conceitos sobre deficiência e inclusão fixados em legislação, 06/06/2008. Disponível via internet via WWW URL: http://www.teleduc.cefetmt.br/teleduc/arquivos/5/portfolio/item/1279/ativ02_edila.pdf Capturado em 28/01/2009 ás 09h: 48 min.
SILVA, Maria Isabel da. Paralisia Cerebral: Mito e Realidade. Matéria publicada no Jornal da AME. Edição nº. 65, outubro / 2007. Disponível via internet via WWW URL: Capturado em 01/02/2009 ás 19h: 28 min.
Inilcéia Aparecida Guidotti Consoni - Pedagoga com especialização em Psicopedagogia e em Educação Especial, trabalhando há quinze anos em escola com múltiplas deficiências.


Rosa Lopes, bjs!!!

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Volta as Aulas





Depois de planejar com a equipe gestora, os docentes e os funcionários como será o ano na sua escola, reserve um período da semana pedagógica para organizar a recepção dos alunos na primeira semana de aula. Os professores já terão informações sobre as turmas para as quais darão aulas e isso certamente ajudará nas relações que se estabelecerão no início do ano letivo. Com todo o grupo, pense nos detalhes que farão com que os alunos se sintam acolhidos e formem (ou fortaleçam) os laços afetivos com a escola – condição importante para que a aprendizagem aconteça. A seguir, uma pauta para você discutir com a equipe:

1. Organização das salas

Antes de os alunos chegarem, combine com professores e funcionários a maneira como a sala de aula deve estar organizada. No primeiro dia, as formações circulares facilitam a integração e por isso são mais indicadas do que fileiras (que não favorecem a socialização). Nas salas da Educação Infantil, aconselha-se a organizar cantos de brincadeiras (veja exemplos no vídeo Ateliê de Entrada) - para ajudar a entreter as crianças antes que a turma esteja completa e também já iniciando um processo de socialização e aprendizagem. A coordenação pedagógica, junto com os professores de cada turma, poderá decidir quais cantos são mais interessantes para as diversas faixas etárias.

2. Recepção

Decidam em conjunto o local em que cada um receberá os alunos. A sugestão é que a equipe gestora fique no portão para cumprimentar não somente as crianças e os jovens mas também os pais que costumam acompanhar os filhos à escola. Os professores podem esperar pelos alunos na porta da sala de aula. Combine com os funcionários de apoio que eles se posicionem nos corredores e em locais em que possam ajudar a informar a localização de cada classe ou ainda orientar sobre o caminho para os banheiros, o bebedouro etc. e outras dúvidas que os estudantes possam ter.

3. Apresentação em sala de aula

Reflita com os professores sobre a importância de apresentar os novos alunos aos demais antes do início dos trabalhos. Peça aos docentes que estimulem a criança a falar um pouco sobre ele mesmo, seu histórico e sua relação com os estudos. Depois, todos podem contar o que fizeram durante as férias. Os professores podem contribuir dando ideias para organizar esse momento e apresentar maneiras de fazer isso. Exemplos: cada aluno pode contar sobre algo que aprendeu nas férias, um lugar que visitou, uma história que leu ou assistiu. Entre os mais velhos, também é interessante falar dos planos que têm para o ano, o que pode incluir um curso ou uma atividade extra ou estudar para o vestibular.

4. Tutoria dos veteranos

É comum que os alunos novos demorem um pouco para se enturmar com um grupo já formado. Para facilitar esse período, adote um sistema de tutoria em que um colega da turma que já estuda na escola há mais tempo mostre ao novato todos os departamentos, o acompanhe e oriente em relação aos procedimentos da escola e tire suas dúvidas. Esse acompanhamento pode variar de uma semana a um mês. Algumas escolas marcam o início das aulas para os novatos um ou dois dias depois do início oficial das aulas. Nesses dias, o professor dá informações sobre o novo colega que vai chegar (nome, de onde ele vem, o que fazem os pais etc.) e escolhe o aluno que fará a tutoria. Em instituições em que há grêmio estudantil, essa recepção pode ser feita por um membro da entidade.

5. Primeiro contato com cada setor

Reforce também a importância dos funcionários de apoio e administrativos serem receptivos com todos e especialmente solícitos com quem ainda não conhece as dependências e rotina da unidade. Estude a hipótese de a classe do primeiro ano - em que todos devem ser novos - fazer uma excursão pela escola com paradas em cada setor para que um responsável da área explique o funcionamento da cantina, da biblioteca, da secretaria, etc. Algumas escolas marcam o início das aulas em dias diferentes para cada três ou quatro turmas para que todos os funcionários deem atenção a chegada de todos.

6. Aulas inaugurais diferenciadas

As primeiras aulas devem apresentar os conteúdos que serão trabalhados durante um período (bimestre, trimestre ou semestre), de acordo com o que foi planejado na semana pedagógica. Uma maneira de apresentar os projetos que serão desenvolvidos é mostrar à turma os trabalhos feitos sobre o tema em anos anteriores. Ao coordenador pedagógico, cabe orientar os professores para que façam uma avaliação inicial antes de introduzir cada conteúdo. As perguntas, quando bem elaboradas, além de dar uma noção precisa do que cada aluno sabe sobre o tema e de que ponto os professores podem avançar, servem para despertar a curiosidade e dar uma prévia do que as crianças aprenderão durante o projeto.

7. Regras bem compreendidas

Decida com a equipe, também no final da semana pedagógica, quem apresentará o estatuto da escola - e como - e em que momentos serão feitos os combinados entre professores e alunos. O próprio diretor pode ter essa função. Para isso, ele precisará ir de sala em sala, se apresentando, dando as boas vindas e explicando algumas regras de convivência já em vigor - que devem ser transmitidas de forma que os alunos entendam porque elas existem. Uma sugestão é partir dos direitos de cada um para os deveres de todos. Por exemplo: todo estudante tem direito a material didático de qualidade, para isso cada um deve cuidar bem dos livros que usará naquele ano para que eles possam ser reutilizados no próximo. É importante gastar alguns minutos com o assunto logo nos primeiros dias de aula, antes que as situações em que caberia o uso de determinadas regras ocorram. Com as regras gerais conhecidas, cada professor pode organizar com a uma turma os combinados internos. Para isso é preciso ouvir os alunos e sistematizar as discussões, chegando a normas internas para cada grupo.

Boa volta as aulas bjks!!!
Rejane santos


Fonte: www.institutoinclusaobrasil.com.br
fon

domingo, 16 de janeiro de 2011

O brincar como auxílio no comportamento e na comunicação da criança autista




Ensinar a brincar

A brincadeira é a linguagem das crianças. Pela brincadeira se pode aprender a interação social, trabalhar a atenção, seqüências, habilidades, solucionar problemas, explorar sentimentos, desenvolver causa e efeito, estimular a criatividade. Com a falta de interação social, comunicação e problemas no comportamento, muitos autistas vão necessitar de ajuda para estabelecer uma relação com outras crianças e muitos não sabem brincar, o que precisa ser ensinado.

Para começar escolha algo que funcione com o autista, o que chamaria a sua atenção (dinossauros, tubarão, fadas, jogos, bola). Deixe a criança iniciar a brincadeira, fazer uma escolha. Se a criança recusar a sua presença na brincadeira comece apenas observando-a brincar, depois introduza comentários ("nossa, este carro é bem veloz!"). Não se preocupe se a criança ignorar seus comentários, continue a introduzi-los aos poucos.
Ajude a criança a engajar-se na comunicação recíproca na brincadeira. Exemplo: a criança está brincando com um carrinho. Você pode pegar outro carro e dizer: "este carro amarelo corre melhor que o azul. Vou mostrar! Cadê o azul? Ah! aqui está". (Pegue o carro marrom e deixe a criança corrigir você). Cometa outros erros e comece uma corrida de carros com isso.
Quando a criança estiver confortável em brincadeiras recíprocas, aumente a interação.
Exemplo: Ela só quer brincar de carrinho, pegue um brinquedo de animal e peça carona, depois reclame que o cachorro está com fome proteste e insista, com o tempo a criança vai parar e brincar de alimentar o cachorro. Aumente a brincadeira e encontre alguns amigos para o lanche, como o elefante, leão, e outros, alargando o horizonte e os interesses da criança. Se for muito sobrecarregado para a criança este passo, volte um pouco para traz.

Evite questionamentos e direcionamentos. Muita estrutura e perguntas nesta hora podem inibir tanto a iniciativa da criança como o processo dela solucionar problemas. Quando a criança estiver se sentindo confortável com a brincadeira recíproca, você poderá direcionar a brincadeira para conceitos e seqüências que deseja trabalhar. Exemplo: Ela só brinca de carrinho e sempre os coloca na mesma ordem. Introduzindo o cachorro e novos problemas, a criança começará a dar atenção a outros brinquedos.

Brinque e interaja. Pretenda ser um dos brinquedos e explore isso. Exemplo: Ao invés de dizer "venha e me ajude a construir um forte", seja um personagem que está pedindo ajuda. Converse com os brinquedos. Quando a criança estiver acostumada com este tipo de brincadeira tente mudar sua estrutura. Exemplo: Se ele só quer brincar com o carro azul, peça para deixar que você brinque uma vez com o carro azul.

Se a atenção da criança for mínima, não puxe a brincadeira por muito tempo. O importante é ela aprender como é gostoso brincar com outras pessoas.

Não se preocupe se está fazendo certo ou errado. Se divirta com o processo. O único erro é não brincar ou não tentar interagir com a criança.

Bejkas Rejane Santos

Fonte: Autism Asperger´s Digest Magazine

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

A inclusão é possível, no entanto é necessário querê-la e respeitá-la.


Matheus Santana da Silva, 14 anos, autista, estuda numa turma regular de escola pública em São Paulo desde a 1ª série. A história dele é a prova de que, apesar das dificuldades, incluir crianças com necessidades especiais beneficia a todos



"Matheus chegou para mim na 1ª série. Eu tinha 42 alunos, e ele já estava com 7 anos completos e só falava o próprio nome. Era agressivo, agitado e não queria ficar na sala. Eu não fazia ideia do que era autismo. Então, no primeiro dia de aula, foi uma surpresa."

O relato é da professora Hellen Beatriz Figueiredo, da rede pública municipal de São Paulo, mas poderia ser de um educador de qualquer sala de aula do Brasil. Desde 2008, a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva determina que todos os alunos com necessidades educacionais especiais sejam matriculados em turmas regulares. A Educação Especial passou a ser oferecida apenas como um complemento no contraturno. Na prática, isso significou a matrícula só no ano passado de 375.775 alunos com deficiência em salas regulares, regidas por educadores que, muitas vezes, não se sentem preparados para lidar com a situação. Exatamente como aconteceu com Hellen em 2003, quando acolheu Matheus Santana da Silva.
Naquele tempo, apesar de a lei determinar a inclusão, imperava uma visão integracionista. Uma criança com deficiência só permanecia numa sala regular se acompanhasse o ritmo da turma. Hellen poderia ter alegado que Matheus não aprendia como os demais. Seria mais fácil desistir do aluno autista que fugia da sala a toda hora, mas ela escolheu o caminho mais difícil, o de incluí-lo. Ambos saíram ganhando.

Hoje, aos 14 anos, Matheus cursa a 7ª série na EMEF Coronel Hélio Franco Chaves, na capital paulista. Adora ler, resolve expressões matemáticas com letras e números e navega na internet. Tem muitos amigos e aprendeu o significado de emoções como orgulho e felicidade – uma vitória para um autista. Hellen, por seu lado, fez vários cursos sobre autismo, escreveu sua monografia da graduação em Pedagogia sobre inclusão e hoje integra a Diretoria de Educação de um dos Centros de Formação e Acompanhamento à Inclusão (Cefai) da Secretaria Municipal de Educação de São Paulo. A história dos dois simboliza a mudança de mentalidade já em curso em muitas escolas públicas e particulares espalhadas pelo país.
Romper com as velhas ideias

SETE ANOS DE AVANÇOS No início,
Matheus só sabia dizer o próprio
nome e hoje participa de diversas
atividades da 7ª série.
Foto Marcelo Min
Durante séculos, o mundo tratou as crianças com deficiência como doentes que precisavam de atendimento médico, não de Educação. Essa perspectiva começou a mudar na década de 1950 (veja a linha do tempo nas próximas páginas). Mas foi só nos anos 1990 que as velhas ideias assistenciais foram suplantadas pela tese da inclusão. Procurava-se garantir o acesso de todos à Educação. Documentos como a Declaração Mundial de Educação para Todos, de 1990, e a Declaração de Salamanca, de 1994, são marcos desse movimento.

O rompimento com práticas e conceitos antigos marcou também o início do trabalho de Hellen. Ela sabia que precisaria inovar se quisesse que Matheus aprendesse. E o primeiro desafio era mantê-lo em sala. "Passei a iniciar as aulas do lado de fora. Todos os dias eu cantava, lia histórias ou sugeria alguma atividade que estimulasse a alfabetização ou outro aprendizado", lembra. "Era uma forma de ensinar o conteúdo, promover a integração entre as crianças e atrair o Matheus para a classe."

Para lidar com as fugas repentinas para o bebedouro - onde Matheus se acalmava mexendo na água –, a professora ensinou-o a pedir para sair. Mostrava, a cada fuga, que ele podia bater com a caneca na carteira quando quisesse beber água. "Um dia, ele bateu a caneca e permaneceu sentado, esperando a minha reação," conta a professora Hellen. “Percebi que ele tinha aprendido." Para a psicopedagoga Daniela Alonso, consultora na área de inclusão e selecionadora do Prêmio Victor Civita - Educador Nota 10, Hellen acertou em cheio: "Pensar nas diferenças implica oferecer variadas intervenções. Os caminhos da inclusão para atender à diversidade costumam sempre beneficiar todos e melhorar a qualidade do ensino."

Antes de entrar na escola em que está até hoje, Matheus rodou por três outras sem se encontrar. Na primeira, particular, a direção não soube lidar com ele. A mãe, Lindinalva Santana, tentou uma escola especial, mas em pouco tempo concluiu que o filho não estava aprendendo. Partiu para a matrícula numa EMEI indicada pela fonoaudióloga que atende Matheus desde pequeno. Diante do histórico apresentado quando Matheus chegou à escola de Ensino Fundamental, Hellen imaginou que ele poderia ter aprendido alguma coisa. "Eu o observava durante as aulas de leitura e o jeito como ele manuseava o livro, mexia a boca e colocava os dedos sobre as palavras e frases me fez perceber que ele sabia ler."

Como o garoto não falava, Hellen encontrou um meio de testá-lo. "Escrevi com letra bastão em tiras de papel o nome de dez objetos. Misturei todas e pedi que ele pegasse só a que correspondia ao objeto que eu citava." Na primeira tentativa, Matheus não prestou atenção e pegou qualquer palavra. Hellen insistiu e ele acertou. “Achei que pudesse ser coincidência e continuei, inclusive com frases inteiras, e ele acertou tudo. Depois disso, não dei mais sossego para o Matheus”, lembra a professora. Daniela Alonso diz que descobrir as competências dos estudantes é o caminho. "Antes, focávamos as dificuldades. O professor queria checar o que eles não sabiam, valorizando as diferenças pelas 'falhas'. Hoje, devemos sondar o que cada um conhece para determinar como pode contribuir com o coletivo", explica.

Matheus deixou para trás a trajetória errante na Educação Especial, seguindo o mesmo caminho das políticas públicas brasileiras. O país apostou, em 2001, na inclusão. Nesse ano, começou a ser divulgada a lei aprovada em 1989 e regulamentada em 1999 que obrigava as escolas a aceitar as matrículas de crianças com necessidades especiais e transformava em crime a recusa a esse direito. Desde então, começou a aumentar o número de estudantes com deficiência nas salas regulares. De 81.344 naquele ano, ele saltou para 110.704 em 2002 e nunca mais parou de crescer. O Brasil, porém, estava ainda longe de assumir a inclusão como um fato consumado. As salas especiais eram muito mais numerosas, com 323.399 matrículas em 2001 e 337.897 em 2002.
O novo papel da Educação Especial

A nova política nacional para a Educação Especial é taxativa: todas as crianças e jovens com necessidades especiais devem estudar na escola regular. Desaparecem, portanto, as escolas e classes segregadas. O atendimento especializado continua existindo apenas no turno oposto. É o que define o Decreto 6.571, de setembro de 2008. O prazo para que todos os municípios se ajustem às novas regras vai até o fim de 2010.

O texto não acaba com as instituições especializadas no ensino dos que têm deficiência. Em lugar de substituir, elas passam a auxiliar a escola regular, firmando parcerias para oferecer atendimento especializado no contraturno.

Na prática, muda radicalmente a função do docente dessa área. Antes especialista em uma deficiência, ele agora precisa ter uma formação mais ampla. “Ele deve elaborar um plano educacional especializado para cada estudante, com o objetivo de diminuir as barreiras específicas de todos eles”, diz Maria Teresa Eglér Mantoan, professora da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e uma das pioneiras nos estudos sobre inclusão no Brasil.

Ensinar os conteúdos das disciplinas passa a ser tarefa do ensino regular, e o profissional da Educação Especial fica na sala de recursos para dar apoio com estratégias e recursos que facilitem a aprendizagem. É ele quem se certifica, ainda, de que os recursos que preparou estão sendo usados corretamente. “Ele informa a escola sobre os materiais a serem adquiridos e busca parcerias externas para concretizar seu trabalho”, afirma Maria Teresa.
A princípio, esse educador não precisa saber tudo sobre todas as deficiências. Vai se atualizar e aprender conforme o caso. Ele pode atuar na sala comum de longe, observando se o material está sendo corretamente usado, ou estender os recursos para toda a turma, ensinando a língua brasileira de sinais (Libras), por exemplo. Quem souber se adaptar não correrá o risco de perder espaço. "O profissional maleável é bem-vindo", garante Maria Teresa.

O momento atual é de construção. De fato, a inclusão na sala de aula está sendo aprendida no dia a dia, com a experiência de cada professor. “Mas não existe formação dissociada da prática. Estamos aprendendo ao fazer”, avalia Cláudia Pereira Dutra, secretária de Educação Especial do Ministério da Educação (MEC).






Meios de levar o aluno a aprender



VELHOS AMIGOS Permanecer na
mesma turma desde a 3ª série foi
fundamental para garantir a
evolução de Matheus.

As salas especiais se mantiveram porque os professores não se achavam preparados, as escolas não tinham a estrutura necessária e os grupos de defesa dos direitos das pessoas com deficiência duvidavam da inclusão. Até que, em 2008, após anos de debates, a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva acabou com a escolha entre ensino regular e especial (leia o quadro acima).

A nova política começou a mudar os padrões ao definir com clareza como deve ser oferecida a Educação para todos os que têm deficiência. Não por acaso, nesse mesmo ano, pela primeira vez, o número de alunos com necessidades especiais no ensino regular superou o de matriculados em salas especiais (veja o gráfico).



Na sala da professora Hellen, o desafio no primeiro ano de Matheus era outro: mudar o padrão de comportamento do aluno autista que insistia em não se comunicar com ninguém. Ele sabia ler e precisava falar, se expressar. Assim como fazia com toda a turma, Hellen o incentivava a ler as histórias e conversar sobre elas. No início, o garoto apenas repetia respostas e isso já era uma vitória. Mas ela queria que Matheus se comunicasse espontaneamente. Durante a chamada, a professora Hellen sempre fazia uma pausa após o nome dele, na esperança de ouvir a resposta. Nada acontecia. Até que um dia, para a surpresa de todos, ele disse “presente”. “A turma inteira bateu palmas. A partir desse momento, ele começou a se comunicar, a dizer o que queria.”

Graças à conquista da comunicação, Hellen passou a contar cada vez mais com a participação de Matheus. Assim, descobriu outras possibilidades, estudou, trocou experiências com colegas, observou e avaliou a interação do menino com as propostas que fazia e, assim, organizou diferentes atividades para que ele pudesse aprender ainda mais. No fim da 1ª série, Matheus já escrevia, ainda que tivesse dificuldade para controlar o tamanho da letra.

No ano seguinte, porém, vários colegas com quem Matheus estudava saíram da sala. A nova professora também não se sentia segura para incluir o aluno. Matheus se sentiu perdido e regrediu. Parou de ler e de escrever, voltou a ser agressivo e a abandonar a sala de aula. Em lugar de ir para o bebedouro, porém, ele se refugiava na turma de Hellen. Aquela professora da 2ª série sofria com as mesmas dúvidas que até hoje desanimam muitos colegas (conheça, no quadro abaixo, programas de formação na área).

Por que incluir? Será que as crianças com deficiência não aprendem mais em classes separadas, com professores especializados e dedicados apenas às necessidades delas? Quem responde é Maria Teresa Eglér Mantoan, docente da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e uma das pioneiras no estudo da inclusão no Brasil: “A escola regular é mais desafiadora e um ambiente desafiador é mais propício ao aprendizado”.

Não apenas as crianças com deficiência são mais desafiadas. Os outros alunos também ganham muito com a inclusão. A flexibilização de recursos pode ajudar todos a aprender mais. Se o educador utiliza um modelo em 3D para ensinar o Sistema Solar, por exemplo, não só os que têm deficiência auditiva avançam mais mas também toda a classe tem acesso a um recurso que facilita a compreensão do conteúdo. “O professor que está preparado para a inclusão está preparado para atender todas as crianças”, diz Cláudia Pereira Dutra, secretária de Educação Especial do Ministério da Educação (MEC). “A inclusão obriga o sistema educacional a se repensar, a descobrir novas formas de ensinar”, completa Maria Teresa. “Muda o entendimento do que é aprendizagem.”
Para aprender a incluir
Programa Educação Inclusiva: Direito à Diversidade
O que é Formação de professores para disseminar a Educação Inclusiva. Profissionais dos chamados municípios-polo são treinados e atuam como multiplicadores em sua cidade.
O que já fez Cursos em 162 municípios-polo, com a formação, em 2008, de 12.708 professores.

Programa de Formação Continuada de Professores na Educação Especial
O que é Especialização, extensão ou aperfeiçoamento para educadores da rede pública.
O que já fez Cursos para 8,5 mil professores, em 2008, ministrados em 18 instituições públicas de ensino superior.

Programa de Implantação de Salas de Recursos Multifuncionais
O que é Distribuição de materiais pedagógicos e equipamentos para atendimento especializado.
O que já fez Criou, entre 2005 e 2008, 5.551 salas de recursos.

Programa Escola Acessível
O que é Distribuição de recursos para a adequação de escolas.
O que já fez Investiu 30,8 milhões de reais em 2007 e 2008 para a adaptação de edifícios.



Novas posturas, novas aprendizagens


DUPLA AFINADA Matheus com Hellen (à esq.) e Márcia,
as professoras que mais contribuíram para a inclusão
dele na escola.

O histórico da inclusão de Matheus obrigou a EMEF Coronel Hélio Franco Chaves a se repensar. Depois dos avanços na 1ª série e dos retrocessos na 2ª, a direção da escola tomou uma decisão: a partir daquele ano, a turma de Matheus o acompanharia até o fim do Ensino Fundamental. A então professora da 3ª série, Márcia Maria Batista Martinelli, por sua vez, assumiu a responsabilidade por recuperar os avanços que Matheus já havia conquistado.

Ela e Hellen conversavam diariamente sobre possíveis flexibilizações. Como Hellen ocupava a mesma sala em período diferente, Márcia às vezes deixava recados no quadro para a colega. Certo dia, ela flagrou Matheus lendo um desses bilhetes e descobriu como incentivá-lo a escrever novamente: mandar cartas para a antiga professora. Na primeira, Matheus escreveu: “Oi, estou na 3ª série com a professora Márcia”. No dia seguinte, ele encontrou a resposta de Hellen, que estrategicamente questionava o que ele estava aprendendo. A troca de mensagens se intensificou e Matheus nunca mais deixou de escrever.

Márcia também aproveitou a grande capacidade de memorização – ele sabe as letras e os números da placa do carro de todos os professores – para ensinar operações matemáticas. Na aula de Geografia, certa vez, usou uma viagem que o garoto faria com os pais para Pernambuco para ensiná-lo a utilizar o mapa. Assim, aproveitando o potencial dele a cada descoberta, Márcia foi a segunda professora a fazer diferença na vida do jovem. Hoje na 7ª série, o menino autista não se incomoda com o vaivém de professores.

Dentro de suas capacidades, participa de tudo, mesmo que o conteúdo nem sempre seja o mesmo abordado com o restante da turma. “Para o aluno com necessidades educacionais especiais, não há necessariamente aprendizagem em série. Ele pode estar integrado com o grupo em alguns aspectos do desenvolvimento e necessitar de outras estratégias”, explica Daniela Alonso.

A mãe de Matheus, que todos os professores não se cansam de elogiar pela sólida aliança com a escola, sempre soube que o filho se sairia bem. Uma das maiores emoções da vida dela foi sentida durante uma festa de Dia das Mães, quando ele recitou uma poesia na frente de todos os convidados na escola. “Por causa das dificuldades que tem na fala, eu não consegui entender muita coisa, mas ver meu filho ali, lendo aquele texto em voz alta ao microfone, foi meu melhor presente”, afirma Lindinalva.
A história da Educação Especial no Brasil
1854
Problema médico
Dom Pedro II funda o Imperial Instituto dos Meninos Cegos, no Rio de Janeiro. Não há preocupação com a aprendizagem.

1948
Escola para todos
É assinada a Declaração Universal dos Direitos Humanos, que garante o direito de todas as pessoas à Educação.

1954
Ensino especial
É fundada a primeira Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae). Surge o ensino especial como opção à escola regular.

1961
LDB inova
Promulgada a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), que garante o direito da criança com deficiência à Educação, de preferência na escola regular.

1971
Retrocesso jurídico
A Lei nº 5.692 determina “tratamento especial” para crianças com deficiência, reforçando as escolas especiais.

1973
Segregação
É criado o Centro Nacional de Educação Especial (Cenesp). A perspectiva é integrar os que acompanham o ritmo. Os demais vão para a Educação Especial.

1988
Avanço na nova carta
A Constituição estabelece a igualdade no acesso à escola. O Estado deve dar atendimento especializado, de preferência na rede regular.

1989
Agora é crime
Aprovada a Lei nº 7.853, que criminaliza o preconceito (ela só seria regulamentada dez anos depois, em 1999.

1990
O dever da família
O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) dá a pais ou responsáveis a obrigação de matricular os filhos na rede regular.

Direito universal
A Declaração Mundial de Educação para Todos reforça a Declaração Mundial dos Direitos Humanos e estabelece que todos devem ter acesso à Educação.

1994
Influência externa
A Declaração de Salamanca define políticas, princípios e práticas da Educação Especial e influi nas políticas públicas da Educação.

Mesmo ritmo
A Política Nacional de Educação Especial condiciona o acesso ao ensino regular àqueles que possuem condições de acompanhar “os alunos ditos normais”.

1996
LDB muda só na teoria
Nova lei atribui às redes o dever de assegurar currículo, métodos, recursos e organização para atender às necessidades dos alunos.

1999
Decreto 3.298
É criada a Coordenadoria Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência e define a Educação Especial como ensino complementar.

2001
As redes se abrem
Resolução CNE/CEB 2 divulga a criminalização da recusa em matricular crianças com deficiência. Cresce o número delas no ensino regular.

Direitos
O Brasil promulga a Convenção da Guatemala, que define como discriminação, com base na deficiência, o que impede o exercício dos direitos humanos.

2002
Formação docente
Resolução CNE/CP 1 define que a universidade deve formar professores para atender alunos com necessidades especiais.

Libras reconhecida
Lei nº 10.436/02 reconhece a língua brasileira de sinais como meio legal de comunicação e expressão.
Braile em classe
Portaria 2.678 aprova normas para o uso, o ensino, a produção e a difusão do braile em todas as modalidades de Educação.

2003
Inclusão se difunde
O MEC cria o Programa Educação Inclusiva: Direito à Diversidade, que forma professores para atuar na disseminação da Educação Inclusiva.

2004
Diretrizes gerais
O Ministério Público Federal reafirma o direito à escolarização de alunos com e sem deficiência no ensino regular.

2006
Direitos iguais
Convenção aprovada pela Organização das Nações Unidas (ONU) estabelece que as pessoas com deficiência tenham acesso ao ensino inclusivo.

2008
Fim da segregação
A Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva define: todos devem estudar na escola comum.
Curva inversa
Pela primeira vez, o número de crianças com deficiência matriculadas na escola regular ultrapassa o das que estão na escola especial.
Confirmação
Brasil ratifica Convenção dos Direitos das Pessoas com Deficiências, da ONU, fazendo da norma parte da legislação nacional.




Fonte: Nova Escola

Rosa Lopes, Bjs!!!!

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

DANDO SENTIDO NA VIDA


Há alguns anos, nas olimpíadas Especiais de Seatle, nove participantes, todos com deficiência intelectual ou física, alinharam-se para a largada da corrida dos 100 metros rasos.
Ao sinal, todos partiram não exatamente em disparada, mas com vontade de dar o melhor de si, terminar a corrida e ganhar.
Todos, com exceção de um garoto, que tropeçou no asfalto, caiu rolando e começou a chorar. Os outros oito ouviram o choro.
Diminuiram o passo e olharam para trás. Então eles viraram e voltaram.
Todos eles.
Uma das meninas, com síndrome de down ajoelhou-se, deu um beijo no garoto e disse:
-Pronto, agora vai sarar.
E todos os nove competidores deram os braços e andarem juntos até a linha de chegada.
O estádio inteiro levantou e os aplausos duraram muitos minutos. E as pessoas que estavam ali, naquele dia, continuam repetindo essa história até hoje.

Para pensar
Talvez os atletas fossem deficientes intelectuais..... Mas, com certeza, não eram insensíveis...
Por que?
Por que, lá no fundo, todos nós sabemos que o que importa nesta vida é mais do que ganhar sozinho ou ganhar do outro.
O que importa nesta vida é ajudar os outros a vencer, mesmo que isso signifique diminuir o passo e mudar de curso....
Pensem nisso. E tenham um dia diferente....

Rosa Lopes, bjs!!!!!

sábado, 1 de janeiro de 2011

COMECE DE NOVO



Que a cada dia vc possa recomeçar, sempre acreditando que Deus está com vc e tudo que deseja crendo Ele fará, bjs!!!! Rosa Lopes
Se você confiou em Deus e andou pelo caminho Dele,
Se você O sentiu a guiar você todos os dias,
Mas agora seus passos o levam por outro caminho,
Comece de novo.

Se você fez planos que não deram certo,
Se você tentou dar o melhor de si e não há mais o que tentar,
Se você falhou consigo mesmo sem saber porquê,
Comece de novo.

Se você contou aos seus amigos o que planejava fazer,
Se você confiou neles e eles não o apoiaram,
Se agora você está sozinho, só podendo contar consigo mesmo,
Comece de novo.

Se você falhou com seus familiares,
Se agora você já não é tão importante para eles,
Se eles perderam a confiança em você,
Se você se sente um estranho em seu próprio lar,
Comece de novo.

Se você orou a Deus, respeitando sempre a vontade Dele,
Se você orou e orou e ainda se sente infeliz,
Se você quer parar, sentindo que atingiu seu limite,
Comece de novo.

Se você está certo de que está acabado e quer desistir,
Se você chegou ao fundo do poço,
Se você tentou e tentou e não conseguiu subir,
Comece de novo.

Se os anos passam tão depressa e os sucessos são poucos,
Se chega dezembro e você se sente triste,
Deus dá um novo janeiro a você.
Comece de novo.
Começar de novo significa:
" Vitórias alcançadas "

Começar de novo significa:
" Uma corrida bem feita "

Começar de novo significa:
" Deus sempre vencerá! "

Não fique aí sentado no trono da derrota :
COMECE DE NOVO !

Rosa Lopes